Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cidadãs e cidadãos brasileiros, quero aproveitar este tempo do Pequeno Expediente para render minhas homenagens ao jogador de futebol Sócrates, que faleceu ontem.
Sócrates, muito mais do que um jogador de futebol, foi um cidadão brasileiro consciente. Ele contribuiu, por exemplo, com o movimento das Diretas Já. Ele usou a sua fama de jogador de futebol - jogou em diversos times, entre eles, o Corinthians e na Seleção Brasileira -, mas foi um cidadão responsável, usou a sua imagem de forma positiva, a exemplo do seu irmão, outro jogador famoso, o Raí, que tem a instituição Gol de Letra, que é muito importante.
Sócrates, além de ser um jogador famoso, preocupou-se em melhorar o seu País, preocupou-se com a democracia brasileira, inclusive começando onde ele estava. Temos que atuar onde estamos, não é, Padre Luiz Couto? Se estivermos na igreja, nós temos que lutar pela democracia dentro da nossa instituição. Ele estava no Corinthians e, juntamente com outros jogadores, como Wladimir, Zé Maria, entre outros, lutaram pela democracia interna no seu clube de futebol, o que acabou sendo um exemplo à época, ajudando a influenciar a democracia brasileira.
Eu não sou corintiano, sou santista, mas um dos melhores gols do Sócrates foi aquele que ele marcou de calcanhar - era famoso por utilizar o calcanhar - contra o Santos, um dos gols mais bonitos do futebol brasileiro. Penso que foi uma perda não só para o esporte brasileiro, mas para a cidadania brasileira.
Quero expressar meus pêsames aos seus familiares. Tenho certeza de que o Sócrates está no coração de todos os brasileiros. Ontem, no jogo entre Corinthians e Palmeiras, e também no Rio de Janeiro, Vasco e Flamengo, as quatro torcidas renderam homenagem muito merecida a esse grande brasileiro, o jogador Sócrates.
Mais uma vida que perdemos. Ele deu conselhos a diversos outros jogadores, a diversas pessoas que estão aí no dia a dia e que têm fama. Foi uma pessoa que se preocupou com as nossas crianças, com aqueles que usam crack, droga que está matando nossas crianças e nossos jovens.
Sócrates, você será eternamente lembrado pela sua atuação, não só na Seleção Brasileira e nos times pelos quais passou no Brasil e no exterior, como também pelo seu gesto ao marcar gols. Às vezes, ele nem vibrava tanto, mas gerava muitas emoções naqueles que estavam torcendo, especialmente os corintianos. Quero parabenizar o time do Corinthians, que foi campeão ontem, e também a Seleção Brasileira.
Que os familiares recebam o nosso abraço e os nossos pêsames. Certamente, a dor da perda será superada pela imagem positiva que ele nos deixou.
Muito obrigado, Sr. Presidente.