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Brasil emprestará US$ 10 bilhões ao FMI e voltará a ser credor Imprimir E-mail

MARCELA CAMPOS


Colaboração para a Folha Online, em Brasília

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quarta-feira (10) que o Brasil vai emprestar US$ 10 bilhões ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Com a decisão, o país volta a entrar no clube dos 47 países que são credores do Fundo, ou seja, que financiam regularmente as operações da entidade.

 

Segundo Mantega, os financiamentos ao FMI serão feitos pela compra de bônus (títulos). O formato da operação, porém, ainda não foi concluído. "É uma aplicação que o Brasil está fazendo para o FMI poder ajudar os países em crise, principalmente os emergentes", disse Mantega.

 

Os bônus serão expressos em direitos especiais de saque, modalidade que já existia no fundo e foi recuperada pelo Brasil, explicou Mantega. Segundo ele, esta modalidade de empréstimos é provisória, "enquanto o FMI não faz a reforma de cotas de participação dos países", aumentando a do Brasil e dos emergentes.

 

"O rendimento ainda vai ser definido pela diretoria do fundo. A parte das reservas que será usada é o Banco Central que decide (...). Não vamos esperar um grande rendimento [do volume emprestado], porque senão o FMI teria que repassar isso aos países em crise, em juros altos", completou o ministro.

 

A decisão foi acertada na noite de ontem com o presidente Lula, e já havia sido combinada durante a reunião do G20 financeiro, em abril.

 

"O Brasil está encontrando condições de solidez pra emprestar recursos ao fundo, no passado era o contrário, ele que pegava emprestado. Agora, acumulou as reservas pra poder ajudar a comunidade internacional."

 

Em abril, na reunião do G20 em Londres, os países com recursos disponíveis decidiram fazer aportes, de modo que o FMI arrecadasse US$ 500 bilhões, disse Mantega. Segundo ele, trata-se de uma ação importante porque "ajuda a encurtar a crise internacional" e a viabilizar a retomada mais rápida do comércio mundial e dos investimentos.

 

Os BRICs (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) também fizeram parte da iniciativa: a China emprestou US$ 50 bilhões e a Rússia, US$ 10 bilhões --a Índia ainda não definiu o valor.

 

As reservas internacionais estão hoje em cerca de US$ 200 bilhões. Quando usado, o volume das reservas permanecerá inalterado, uma vez que, na teoria, o Brasil apenas modifica o tipo de aplicação. "É um segundo passo importante que o Brasil tem dado no sentido de tornar credor e não devedor", afirmou Mantega.

 

Segundo já explicado pelo Ministério da Fazenda, não há nos R$ 10 bilhões desembolso de dinheiro novo. Os recursos já fazem parte da cota do Brasil depositada no FMI. O que muda é que, agora, o país poderá colocar esse dinheiro à disposição do Fundo para empréstimos a outros países. Nesses dois casos (cota ou empréstimo), os dólares são sempre contabilizados como parte das reservas internacionais, pois são consideradas aplicações.

 
 

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