Neste momento pós-eleitoral, seria lógico que a iniciativa de promover o diálogo para unificar o Brasil fosse da presidenta e dos governadores eleitos, sendo não menos protagonistas os deputados e os senadores. Entretanto, os políticos derrotados nas urnas também têm a obrigação de atuar pela governabilidade da sociedade brasileira, em especial nas localidades onde saíram vencedores, porque estamos numa democracia política, econômica e social.

As liberdades públicas imperam no País, e a oposição deve respeitar a legitimidade do voto popular, apesar das divergências de projetos ou de opiniões. Os candidatos derrotados Aécio Neves e Marina Silva e os seus aliados dão sinais inequívocos, nestes dias, de que torcem para "o quanto pior, melhor". A atitude pode, em tese, até ser boa para os seus propósitos eleitorais futuros, mas é péssima para a sociedade brasileira.

Os eleitores que reelegeram a presidenta Dilma Rousseff, ou os que optaram pelos projetos de Marina Silva ou no Aécio Neves, sempre miraram no melhor para si mesmos e para o Brasil. Jamais, a ingovernabilidade, a instabilidade e o caos, em todos os seus matizes, interessariam à sociedade brasileira.

A oposição política é necessária e salutar no sistema democrático. Ele deve atuar na fiscalização, na contraposição de ideias e de projetos, nas negociações de normas e para evitar qualquer forma de arbítrio ou autoritarismo. Isso não isenta os opositores de responsabilidades com a manutenção da ordem pública, determinada pela Constituição Federal.